Trabalho arduamente - ou quase - para que as pessoas não julguem o término dos meus relacionamentos, minhas notas, meu comportamento e aquele meu sentimento bem guardado e hipócrita que eu, eu mesma apresento em praticamente todos os textos melosos e honestos e você lê, e você se identifica, e você chora e ri, não da minha, mas da tua situação que já pode ter acontecido igual ou você apenas imagina. Você e admito - eu também nos encantamos com cada palavra torta, verdades absurdas, mundo injusto e reclamações a parte, você imagina minha vida no cotidiano e as ações que eu descrevo com todos os gestos e lembranças bem péssimas agora, que me impedem de colocar um ponto final e me exigem em colocar um 'mas' ou 'três pontinhos' com continuação no mês que vem, na semana em que eu estiver disposta ou quando eu arranjar um coração tão empoeirado quanto o meu e que esteja a fim de limpar, caminhar, viver e renovar.
Por todas as manhãs que eu 'mau-humorei' com todos, assim como o ver 'amar' que quando vem não sai e quando quer sair machuca com todas aquelas conjugações verbais - ou não - e concordâncias malucas. O tempo resolve a dor, mas não destrói momentos e nem apaga sensações por pior que elas pareçam, de tempo em tempo é como se parte de mim acordasse sem vontade de dormir novamente e que me enche de luz, e me completa e suplementa, me deixando ser campeã dessa história em que por tempos eu deixei de ser a protagonista e passei a assumir o papel de insegura ou agente sofredora da ação ao invés de pratica-lá, perdendo as contas das vezes que eu chorei e não segui a linha de raciocínio que você me obrigava a ver e mesmo assim, mesmo te seguindo e por vezes te guiando, você foi embora e não deixou marcas para onde ia e muito menos porque.
E o mais engraçado, irônico e debochado disso tudo é que eu venci a angustia e o medo de abrir meus olhos para enxergar a realidade, eu nunca procurei ninguém para fechar minhas mágoas e muito menos desconta-lás, eu sempre quis que você se tornasse a minha metade sem perceber que isso era a grande ilusão, até por que eu sempre fui inteira, INTEIRASSA, e decidida, e orgulhosa, gênio forte, mas você me venceu, da pior maneira... que pena :)
Existem pessoas que não nasceram para o amor, ou não amadureceram, ou não se importam e isso arde quando desce pela garganta de alguém tão sentimental como eu... São essas pessoas que merecem carinho interior, sentimento em silêncio, carinho pelo olhar, beijos pelos sonhos e bastante massagens nas costas, pessoas seguras demais de si mesmas são carentes, e baladeiros de plantão não sentem amor, aliás mera paixão já os despertam aquele medo e saem correndo momento a fora, sem se apegar, sem o olho brilhar, sem companhia fixa para todas as estações do ano e com quem dividir o milk-shake ou a pizza. Sem ciúmes, sem protestos, sem ceninhas e sem ter alguém para cuidar e incomodar, como assim???? É díficil admitir que corações de pedra estão sendo formados e tudo isso devido à uma estrondosa desilusão amorosa.
Enquanto eu me refaço devagar, com recaídas, com nostalgia e um pouco de angústia me vejo voltando a ser egoísta, e medrosa, e malandra, muito teórica, racional, fechada e interesseira. Isso não é uma desistência do amor - e sim parcial - somente por algum tempo para que eu possa respirar novos ares e deixar meu olho brilhar, sou digna desse tempo tranquilo, dessa passagem de ida - sem volta - pro céu azul do momento, para a esperança de amanhã e para a força incalculável de hoje.
Obrigada por mais um dia e por mais essa porção de coragem!