"Aquilo me dava um nó na garganta, repugnava-me, uma vertigem, perdia ideias, lembranças e esquecia dos pequenos detalhes.
Seu abraço recompensava tudo. Mas eu teria aquele Maldito abraço novamente? Que viciava-me, sufocava-me e enchia-me de ilusões?Era melhor voltar. Eu parei, a chuva começou, a terra estava ficando molhada, era um cheiro que me satisfazia, era meu passado entrando em crise com o meu presente, uma colisão tão intensa capaz de criar conflitos reveladores.Caminhei por entre a cidadezinha. Observava ali cada detalhe: a Igreja, o pequeno chafariz na praça, a famosa máquina de sorvete, o mercadinho na esquina. Eu não conseguia ter pressa, uma vez que eu já havia provado da melhor sensação já existente.Pareciam-me verdades irrecusáveis que eu teimava não aceitar.
Abri a porta de casa, sentia-me suja e covarde comigo mesma, mas evitei de pensar em minhas Recentes ações. Peguei uma toalha e me sentei no chão do banheiro, cobri minha face com vontade de desaparecer, eu já estava esperando por lágrimas e arrependimentos, por uma gripe, tosse a algumas fungadas, mas nada disso poderia curar a dor e o choque de realidade que eu tomei ao notar que Ele já não pertencia ao meu mundo, que ele já havia dado Adeus à todas as cartas escritas a lápis e todas as flores deixadas no caminho."
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